BERBERINA - BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE

1. O que é o suplemento alimentar Berberina?

A Berberina é um composto bioativo que pode ser derivado de várias plantas, principalmente de um grupo de arbustos conhecidos como Berberis. Ela enquadra-se numa categoria de compostos chamados alcaloides (1).

2. Como é que a Berberina atua no corpo?

Dentro de cada célula do nosso corpo, existe uma enzima conhecida como proteína quinase ativada pelo monofosfato de adenosina, ou AMPK. Devido ao seu impacto benéfico no metabolismo, ela é chamada de "interruptor mestre metabólico" (2).

Este "interruptor" instrui as nossas células sobre quando armazenar gordura e quando utilizar as reservas de gordura para energia. Quando o AMPK é ativado, este inicia a queima de gordura dentro das mitocôndrias e interrompe a acumulação de gordura (3).

No entanto, com o envelhecimento, a ativação do AMPK nas células diminui, tornando-se mais difícil manter um peso saudável.

A Berberina é uma das poucas substâncias reconhecidas capazes de ativar o AMPK. Através dos seus efeitos potentes, a berberina pode ajudar a manter o correto balanço metabólico do corpo.

3. Quais são os benefícios para a saúde da Berberina?

Estudos mostram que a Berberina tem efeitos positivos no metabolismo de nossas células:

• Reduz os níveis de açúcar no sangue por meio de vários mecanismos. Ela diminui a resistência das células à insulina, facilitando a quebra de açúcar dentro das células. Além disso, reduz a produção de açúcar no fígado e atrasa a decomposição carboidratos no intestino (5).
• Diminui a hemoglobina A1c (HbA1c), que serve como marcador para o controlo de açúcar no sangue a longo prazo. Na verdade, pode ser tão eficaz quanto medicamentos específicos para diabetes, como metformina, glipizida e rosiglitazona (6).
• Auxilia na perda de peso e controle de peso ao inibir o crescimento das células de gordura a nível molecular, pois reduz a resistência à insulina e os níveis de leptina (reduz o apetite), ao mesmo tempo que aumenta a adiponectina (uma hormona conhecida pelos seus efeitos de sensibilização à insulina e anti-inflamatórios). Doze estudos mostraram reduções no peso corporal, índice de massa corporal e gordura abdominal com a Berberina. Além disso, levou a uma diminuição nos níveis de proteína C-reativa, um indicador de inflamação (7,8).
• Melhora o perfil lipídico ao reduzir o colesterol total e o colesterol LDL (mau) no sangue, os triglicerídeos sanguíneos e aumentar o colesterol HDL (bom). Estudos sugerem que a berberina alcança esses efeitos inibindo uma enzima conhecida como PCSK9. Essa inibição leva a uma remoção maior de colesterol LDL da corrente sanguínea (9).
• Ajuda a melhorar o fígado gordo ao aumentar a sensibilidade à insulina e otimizar o metabolismo da glicose e dos lipídios. Estudos demonstraram uma melhora nos marcadores de função hepática, como AST e ALT (10).

4. Que outros componentes estão presentes neste suplemento alimentar da Berberina?

O Crómio é um mineral crucial que parece desempenhar um papel positivo na regulação da função da insulina e no impacto do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Ele serve como um elemento chave para melhorar a eficácia da insulina (11).

A Curcuma com as suas fortes propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, tem um impacto positivo no controle glicêmico e nos perfis lipídicos em indivíduos com síndrome metabólica e condições relacionadas (12).

5. Quem deve tomar o suplemento de Berberina?

Este suplemento é recomendado para pessoas que sofrem de problemas metabólicos, tais como:

• Obesidade
• Diabetes tipo 2
• Síndrome dos Ovários Policísticos
• Colesterol e Triglicerídeos elevados
• Fígado Gordo

6. Quais são os efeitos adversos de tomar Berberina?

Em geral, a berberina é clinicamente comprovada como segura e bem tolerada pelo corpo humano. Existem poucos relatos de reações adversas, e ela não apresenta efeitos prejudiciais na dieta das pessoas. Os principais efeitos colaterais estão relacionados à digestão, com relatos ocasionais de diarreia, obstipação e inchaço da barriga (13).

7. Mulheres grávidas e lactantes podem tomar este suplemento?

Não há estudos suficientes para indicar que a berberina é segura para mulheres grávidas ou lactantes, assim como para crianças.

8. Qual é a dosagem recomendada e por quanto tempo a Berberina pode ser tomada?

A dosagem típica sugerida é de 500 mg, tomados três vezes ao dia, aproximadamente trinta minutos antes das refeições.

REFERÊNCIAS

1. Neag MA, Mocan A, Echeverría J, Pop RM, Bocsan CI, Crişan G, Buzoianu AD. Berberine: Botanical Occurrence, Traditional Uses, Extraction Methods, and Relevance in Cardiovascular, Metabolic, Hepatic, and Renal Disorders. Front Pharmacol. 2018 Aug 21;9:557.doi: 10.3389/fphar.2018.00557. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6111450/

2. Jin Y, Liu S, Ma Q, Xiao D, Chen L. Berberine enhances the AMPK activation and autophagy and mitigates high glucose-induced apoptosis of mouse podocytes. Eur J Pharmacol. 2017 Jan 5;794:106-114. doi: 10.1016/j.ejphar.2016.11.037. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27887947/

3. Herzig S, Shaw RJ. AMPK: guardian of metabolism and mitochondrial homeostasis. Nat Rev Mol Cell Biol. 2018 Feb;19(2):121-135. doi:10.1038/nrm.2017.95. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5780224/

4. Xu X, Yi H, Wu J, Kuang T, Zhang J, Li Q, Du H, Xu T, Jiang G, Fan G. Therapeutic effect of berberine on metabolic diseases: Both pharmacological data and clinical evidence. Biomed Pharmacother. 2021 Jan;133:110984. doi:10.1016/j.biopha.2020.110984. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33186794/

5. Xie W, Su F, Wang G, Peng Z, Xu Y, Zhang Y, Xu N, Hou K, Hu Z, Chen Y, Chen R. Glucose-lowering effect of berberine on type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis. Front Pharmacol. 2022 Nov 16;13:1015045. doi:10.3389/fphar.2022.1015045.https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9709280/

6. Dong H, Wang N, Zhao L, Lu F. Berberine in the treatment of type 2 diabetes mellitus: a systemic review and meta-analysis. Evid Based Complement Alternat Med. 2012;2012:591654. doi:10.1155/2012/591654. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3478874/

7. Asbaghi O, Ghanbari N, Shekari M, Reiner Ž, Amirani E, Hallajzadeh J, Mirsafaei L, Asemi Z. The effect of berberine supplementation on obesity parameters, inflammation and liver function enzymes: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Clin Nutr ESPEN. 2020 Aug;38:43-49. doi:10.1016/j.clnesp.2020.04.010. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32690176/

8. Yang J, Yin J, Gao H, Xu L, Wang Y, Xu L, Li M. Berberine improves insulin sensitivity by inhibiting fat store and adjusting adipokines profile in human preadipocytes and metabolic syndrome patients. Evid Based Complement Alternat Med. 2012;2012:363845. doi:10.1155/2012/363845. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22474499/

9. Adorni MP, Zimetti F, Lupo MG, Ruscica M, Ferri N. Naturally Occurring PCSK9 Inhibitors. Nutrients. 2020 May 16;12(5):1440. doi:10.3390/nu12051440. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7284437/

10. Koperska A, Wesołek A, Moszak M, Szulińska M. Berberine in Non-Alcoholic Fatty Liver Disease-A Review. Nutrients. 2022 Aug 23;14(17):3459. doi:10.3390/nu14173459. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9459907/

11. Havel PJ. A scientific review: the role of chromium in insulin resistance. Diabetes Educ. 2004;Suppl:2-14. PMID: 15208835. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15208835/

12. Tabrizi R, Vakili S, Lankarani KB, Akbari M, Mirhosseini N, Ghayour-Mobarhan M, Ferns G, Karamali F, Karamali M, Taghizadeh M, Kouchaki E, Asemi Z. The Effects of Curcumin on Glycemic Control and Lipid Profiles Among Patients with Metabolic Syndrome and Related Disorders: A Systematic Review and Metaanalysis of Randomized Controlled Trials. Curr Pharm Des. 2018;24(27):3184-3199. doi:10.2174/1381612824666180828162053.PMID:30156145. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30156145/

13. Ye Y, Liu X, Wu N, Han Y, Wang J, Yu Y, Chen Q. Efficacy and Safety of Berberine Alone for Several Metabolic Disorders: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Clinical Trials. Front Pharmacol. 2021 Apr 26;12:653887. doi:10.3389/fphar.2021.653887. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8107691/